Securitização condominial em empresas de cobrança
- Leonardo Assuane Duarte
- 2 de fev. de 2022
- 2 min de leitura

Securitização é um procedimento em que uma empresa compra uma dívida e realiza novas cobranças daquele produto ou serviço com um deságio (desconto). Logo, o risco de inadimplência fica todo com a empresa que comprou a dívida, trazendo mais tranquilidade para quem vendeu a dívida. Porém, quem vendeu a dívida entende que receberá um valor inferior ao total sem inadimplência justamente para tornar essa operação mais atrativa.
Um dos formatos mais populares de securitização é a securitização condominial. Nela, uma associação de moradores vende a dívida de cotas condominiais atrasadas para uma empresa (assessoria de cobrança ou advogado por exemplo) e essa empresa ficará responsável por cobrar essa dívida, bem como ficará responsável por gerar os boletos das novas cotas até o final do contrato.
Note que a compra da dívida é feita com deságio. Exemplo, os associados do condomínio possuíam uma dívida de R$ 100.000,00. Para viabilizar o negócio, essa dívida foi vendida por R$ 90.000,00 (deságio de 10%). Logo, a empresa de cobrança continuará cobrando os R$ 100.000,00 e poderá ter uma receita de até R$ 10.000,00 nessa operação, isso sem considerar a possiblidade de cobrança de juros, multa, correção monetária e eventuais honorários advocatícios.
O mesmo vale para as cobranças de novas cotas condominiais. Como exemplo, o valor de uma cota condominial é R$ 200,00 e o condomínio tem 1.000 lotes. Então, o valor total mensal seria R$ 200.000,00. Com um deságio de 10%, a empresa deverá repassar mensalmente R$ 180.000,00 para o condomínio. O restante do valor recebido será a receita (remuneração) da empresa.
Diante disso, a securitização condominial veio para ficar e é uma ótima oportunidade de negócios, especialmente para advogados e empresas de cobrança, pois estes já possuem expertise em cobrança. Muitos condomínios optam pela securitização para evitar problemas de inadimplência, terceirizar a cobrança e melhorar o fluxo de caixa da associação para viabilizar obras, melhorias no espaço etc. Isso pode ser utilizado como argumento de venda na abordagem desses condomínios.
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